Coletiva Agamenon: Marcelo Madureira, Marcelo Adnet, Hubert Aranha e outros

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Após sair da sessão de cinema, a assessora nos informou que poderíamos seguir diretamente até o hotel Caesar Park e Caesar Business, no qual eu aprendi a chegar de olhos fechados. Cheguei novamente ao mesmo local onde horas antes havia encontrado os executivos, mas dessa vez presenciei um monte de gente vestida com trajes esporte, câmeras de televisão, equipamentos, etc. Ah, agora sim, lar doce lar. Pouco depois das 13h, chegaram alguns dos entrevistados para a coletiva: os atores Marcelo Madureira e Marcelo Adnet, o diretor Victor Lopes e o produtor Flávio Zambellini.

A COLETIVA MAIS HILÁRIA DE TODOS OS TEMPOS

Marcelo Madureira é impossível. Ele faz piada de tudo, sempre tira sarro de todo mundo e nunca para quieto na cadeira. Para o delfonauta ter uma ideia de como o cara é engraçado, todos os convidados receberam microfones para poderem falar, menos ele. Em frente dele, havia um suporte para microfone vazio e, toda vez que ele ficava exaltado (quase sempre), Madureira aumentava o tom de voz, segurava o suporte e direcionava sua voz como se estivesse falando com um microfone em mãos. Às vezes, ele também batia a mão na mesa.

Hubert Aranha, também do Casseta & Planeta, ainda não havia chegado, então Marcelo Madureira resolveu improvisar e começou a fazer perguntas para os jornalistas. A primeira vítima foi um profissional de um veículo bem grande. Marcelo perguntou qual era o nome dele, do veículo e pediu para que ele dissesse quais eram as três coisas essenciais para a sua vida. “Pizza, sexo e travesseiro”, respondeu o jornalista, arrancando gargalhadas de todos os presentes.

Madureira não se contentou com isso e começou a fazer as mesmas perguntas para outros profissionais, que respondiam acanhados. Fiquei muito apreensivo quando, em um momento, ele fez as perguntas olhando em minha direção. Felizmente, o azar foi para outro repórter, que estava sentado à minha frente. Pouco depois, ele resolveu esclarecer informações sobre o jabá que a produção iria pagar para quem falasse bem do filme. Segundo ele, seriam pagos R $1.500,00 por página escrita, R$ 3.500,00 por página bem escrita e R$ 5.000,00 por página “excepcionalmente elogiosa”. Convenhamos, só o cachê que recebi neste dia pelo DELFOS cobre esses três valores somados, então fica para a próxima, Madureira.

Para alívio dos jornalistas sabatinados (o começo pareceu uma coletiva de imprensa invertida, onde nós éramos os entrevistados), o outro Casseta, Hubert Aranha, chegou rapidamente e o diretor Victor Lopes deu início à coletiva agradecendo a oportunidade concedida a ele por Hubert e Madureira, que confiaram o projeto ao diretor.

COMEÇAM AS PERGUNTAS

Um jornalista perguntou como foi para Hubert Aranha não poder beijar a atriz Luana Piovani (Isaura, a esposa de Agamenon), enquanto Marcelo Adnet se dava bem (os dois fazem o protagonista em idades diferentes). “Na verdade eu passei o tempo inteiro sendo zoado no Casseta & Planeta porque sou sodomizado duas vezes no filme”, respondeu alegremente Aranha.

Falando em pegação, o que o filme tem de monte, um colega perguntou a Marcelo Adnet sobre o tão famoso beijo técnico. Marcelo Madureira começou a se remexer e preparar piadinhas, mas Adnet passou na frente e respondeu. “Existe o beijo técnico, que eu não vou mostrar pra você (olhando para Madureira). Existe a suruba técnica”, disse Adnet, fazendo todo mundo rir. Para piorar, ele foi além e deu mais explicações sobre as duas técnicas. “O beijo técnico você finge que beija, na suruba, você finge que f*d*”, complementou.

Ainda sobre esse tema, Adnet disse que, com a Luana Piovani, os beijos que eles deram não foram técnicos. Ele também afirmou que conhece o marido dela, o que levou Marcelo Madureira a gritar ao lado dele: “Mas que filho da P*T*!” Ainda neste momento da coletiva, Madureira disse que As Aventuras de Agamenon tem referências a Macunaíma, Cidadão Kane e Orson Welles, e que os críticos deveriam saber disso para dar notas boas ao filme, arrancando risadas de todo mundo.

Adnet e Madureira ficaram de fuxico durante toda a coletiva, e a próxima pergunta envolveu os dois novamente. Os Cassetas disseram como admiravam Adnet, e por isso quiseram chamá-lo para o papel do Agamenon jovem, porque não ia pegar bem ter apenas Hubert para fazer todas as fases do personagem. “(Quando eles me ligaram) Achei que era sacanagem”, disse Adnet, ao que Madureira interrompe: “E era. E ERA!” (ele falou isso muito alto, novamente com a boca em direção a um microfone inexistente).

RISADAS, RISADAS E MAIS RISADAS

Hora e vez do diretor Victor Lopes comentar sobre a caracterização de Agamenon. “Você não quer estragar o Agamenon do imaginário do leitor, mas entregar um personagem dessa forma é complicado para o ator”, explicou. Madureira volta a tocar terror com um monte de piadas que tiraram fôlego dos presentes. “Gostaria de agradecer à produtora Brasileirinhas pelo Victor Lopes”, começou. Hubert Aranha entrou na onda de Madureira e resolveu sacanear o diretor também. “(Victor Lopes) É o preferido do Alexandre Frota”, disse. “Qualquer um que perde o emprego vira stand up hoje em dia, mas o Frota fica duas horas sem deixar a peteca cair”, terminou Hubert, elogiando a performance do ator.

Alguém entrou no assunto sobre qual o gênero de As Aventuras de Agamenon: O Repórter, pois ele mistura vários tipos de linguagem. Madureira (ele de novo) respondeu rapidamente, enfático e sério. “É comédia. O filme é comédia. P*RR*!” O produtor Flávio Zambellini ficou com o papel de responder seriamente à mesma pergunta e falou sobre várias características, que você vai saber amanhã na resenha.

Victor Lopes afirmou que não queria que As Aventuras de Agamenon fosse muito clichê ou muito trash, e que foi muito difícil conseguir comprar o material de arquivo para usar no longa. Marcelo Madureira se manifestou sobre o assunto pela primeira (e talvez única) vez sério: “O cinema brasileiro é indigente, ele é pobre, ele é miserável”, afirmou.

Quando o assunto voltou a ser a atriz Luana Piovani, Madureira interrompeu. “Só um instantinho, gostaria de agradecer a chegada da Luana Piovani de mulher invisível”, brincou, arrancando risadas mais leves de todos os presentes. Logo depois, Hubert falou que a atriz foi a única que topou e realmente se interessou em fazer o papel de Isaura, apoiando o projeto.

BIZARRICES

Momento (ainda mais) bizarro na coletiva: Victor Lopes revela que uma cena que mostra uma suruba onde um personagem se apaixona, é baseada em uma história real (!!!). Holy shit, esse tipo de coisa acontece hoje em dia? 0.o’

Hubert muda de assunto e diz que não quis envolver a turma toda do Casseta & Planeta porque o personagem Agamenon é algo muito pessoal dele e de Madureira, tendo sido inventado muitos anos antes do programa ser criado. Na hora de definir o caráter do repórter Agamenon, Madureira intervém. “Ele é um jornalista como qualquer outro, escroto, imprestável”, brincou, gerando muitas risadas. Hubert também disse que conheceu vários jornalistas “antigões”, do estilo de Agamenon quando entrou na Globo, que gritam, batem, bebem, entre outras atrocidades que não vale a pena contar.

Em outro momento, Marcelo Madureira tira sarro por um jornalista de um veículo grande não ter feito perguntas (o mesmo que falou que gostava de pizza). “Ele não fez perguntas porque realmente está em situação desfavorável”, disse, insinuando que a empresa estava comprometida com jabá. Detalhe: este é um dos veículos que mais bate no Casseta & Planeta.

Marcelo Adnet fala empolgado sobre trabalhar com os caras do Casseta. “Nunca imaginei que trabalharia com esses caras”, afirma. Madureira interrompe: “é, a vida é uma m**d* mesmo”. Madureira rouba os holofotes mais uma vez ao falar sobre a participação de Alcione Mazzeo, mãe de Bruno Mazzeo. “O Bruno Mazzeo quis participar, mas a gente preferiu a Alcione porque ela é mais gostosa”, disse.

Uma parte diferente na coletiva foi quando Marcelo Madureira e Hubert Aranha começaram a brigar sobre a existência ou não de referências no filme. Hubert defendia que, para ele, não havia referências no longa, enquanto Marcelo defendia que elas sempre estiveram presentes e que eles precisavam falar delas para ganhar notas melhores. “A Folha vai f*d*r a gente!”, gritou Madureira preocupado.

Um jornalista pergunta se alguma participação especial foi deixada de lado de última hora por alguém ter abandonado o barco. Hubert ficou exaltado e respondeu que o rapper Marcelo D2 e o ator Paulo César Pereio deram para trás no último minuto. “Esses dois são dois filhos da P*T*”, disse Aranha, ao que Madureira imediatamente grita: “Essa é a manchete. ESSA É A MANCHETE DA FOLHA!”. Absolutamente todos os jornalistas presentes se contorceram de tanta alegria e risos ao anotarem essas declarações. Hubert explica que o contrato dos dois estava pronto e, quando eles perguntaram por que o ator Paulo César não apareceu no set, Paulo justificou da seguinte forma: “vocês têm que entender que quando contratam um mau caráter como eu, esse tipo de coisa pode acontecer”. O primeiro delfonauta que conseguir uma resposta satisfatória para essa frase ganhará um suco de maçã imaginário do DELFOS.

O fim da coletiva trouxe mais informações sobre os planos do Casseta & Planeta. Hubert elogiou o trabalho de Marcelo Adnet, mas disse educadamente que acha difícil que o ator venha a se juntar ao grupo de humor no futuro. Ele também disse que o novo programa deles, chamado Casseta & Planeta: Vai Fundo, terá um tema por semana e será um pouco diferente do antigo. Ele deve ir ao ar entre abril e agosto, sem dia e horários definidos por enquanto.

FIM

Após o fim da coletiva, solicitei a Hubert Aranha algumas fotos, que foi super educado e puxou os dois Marcelos para posarem juntos. Agradeci, me afastei dele e, depois de passar pouco tempo conversando com um colega, Hubert veio se despedir de nós e nos cumprimentou com apertos de mão. Muito legal, né? Ah, daqui a pouco, não se esqueça de conferir a resenha de As Aventuras de Agamenon: O Repórter.

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As patetadas de um repórter na Vila Olímpia: Daniel relata como foi ir pela primeira vez ao cinema Kinoplex. Ele não chegou lá.

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