Motoqueiro Fantasma

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Caros delfonautas, soem as trombetas. Está aberta a temporada 2007 de adaptações de HQs para o cinema. Este ano teremos promessas de excelentes filmes, como 300, Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado e o aguardadíssimo Homem-Aranha 3, mas quem abre a série é um personagem menos popular. Claro, estou falando do tema desta resenha, o Motoqueiro Fantasma.

Antes de mais nada, devo dizer que conheço muito pouco do personagem. E as poucas histórias que li eram protagonizadas por Danny Ketch, e não Johnny Blaze, o mocinho do filme. Talvez por isso, por não ter muita base de comparação, gostei mais dessa película do que de Demolidor – O Homem sem Medo, também dirigida por Mark Steven Johnson. Mas antes de seguir por esse caminho é bom apresentar a já tradicional sinopse.

Johnny Blaze (Nicolas Cage) é um “stuntman”, cuja tradução mais próxima seria dublê, mas que, neste caso, não é exatamente a mesma coisa – talvez o mais correto seria chamá-lo de acrobata. Isso porque ele não é do tipo que entra no lugar dos astros de cinema na hora de filmar cenas perigosas, mas é aquele que desafia a morte com sua moto, saltando grandes distâncias por cima de carros e tal. Enfim, ele acaba vendendo sua alma ao demônio Mefisto (o veterano Peter Fonda) para salvar a vida de seu pai. Anos depois, o cramulhão volta para exigir que a dívida seja paga e confere poderes a Johnny para que este vire o Motoqueiro Fantasma, uma espécie de caçador de recompensas do inferno, com o intuito de capturar outro demônio, chamado Coração Negro (Wes Bentley, o esquisitão de Beleza Americana, que andava bem sumido), e seus capangas.

Coração Negro (por algum motivo eu achei esse nome bem legal) quer pôr as mãos num artefato que vai lhe dar mais poderes que Mefisto. E o único que pode detê-lo é Blaze, que enquanto tenta aprender a controlar seus novos poderes, se vê às voltas com um amor do passado (Eva Mendes).

E por essa última frase aí acima já dá pra perceber que o filme tem clichês. E muitos, na verdade. Eu fui para essa cabine preparado para uma obra do nível do Demolidor, mas me surpreendi. Achei Motoqueiro Fantasma bem melhor, mas ainda assim não é um filmão. E o maior problema responde pelo nome de Mark Steven Johnson. O diretor e roteirista definitivamente não é dos melhores. Além de abusar dos clichês, seu estilo de direção não tem sal. Ele é competente nos aspectos técnicos, mas não deixa uma marca própria, e pra mim isso é um defeito. Como roteirista é pior ainda. Algumas cenas e falas chegam a ser constrangedoras.

Mas também há momentos muito bons. Ou seja, irregularidade é a tônica dominante. Aliás, durante a projeção me lembrei de Quarteto Fantástico. Os dois filmes são divertidos, satisfatórios, mas dá pra notar que se caíssem nas mãos de um diretor mais capaz poderiam render muito mais. No caso do Motoqueiro, se tivesse uma abordagem mais de terror, ao invés de apenas ação, com certeza seria bem mais interessante. Pensa só, eu é que não queria encontrar um esqueleto flamejante numa esquina deserta de madrugada. E você?

E já que falei em esqueleto flamejante, vamos a um ponto importante do filme, o qual inclusive adiou sua estréia (originalmente prevista para o ano passado): os efeitos especiais. Eles estão bons. A primeira cena de transformação, a qual contém mais detalhes, está muito bem feita. As transformações seguintes de Johnny na caveira em chamas (vale lembrar, sua moto também muda) são no esquema instantâneo. Mas todas as vezes que o Motoqueiro Fantasma dá as caras, fiquei satisfeito com o resultado. Já as cenas de ação são bem genéricas, não apresentam nenhuma novidade, mas acabam funcionando no contexto do filme.

No campo das atuações, Nicolas Cage, notório fã de quadrinhos (basta ver seu sobrenome artístico, tirado do herói Luke Cage), finalmente conseguiu realizar seu desejo de interpretar um super-herói. E percebe-se que ele se divertiu muito no papel, pois isso transparece na tela. Agora não sei por que raios Peter Fonda está nesse filme. O papel de Mefisto não acrescenta absolutamente nada na carreira dele. Será que o velhinho torrou as economias?

Quanto aos outros atores, como Eva Mendes (muito bonitinha) e Wes Bentley, bem, digamos apenas que este é o tipo de obra que não exige grandes esforços interpretativos e deixemos por isso mesmo.

Em suma, se você gosta de filmes baseados em HQs, Motoqueiro Fantasma vale uma ida ao cinema, principalmente por conta dos efeitos especiais, que rendem mais na tela grande. Mas vá sabendo que é um trabalho apenas ok, divertidinho e passatempo satisfatório, porém nada mais. Se você não curte adaptações de quadrinhos, não é este que vai mudar sua cabeça. Melhor esperar pelos próximos lançamentos. Estes sim, com mais potencial.

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Alfredo De la Mancha
Alfredo é um dragão nerd que sonha em mostrar para todos que dragões vermelhos também podem ser gente boa. Tentou entrar no DELFOS como colunista, mas quando tinha um de seus textos rejeitados, soltava fogo no escritório inteiro, causando grandes prejuízos. Resolveu, então, aproveitar sua aparência fofinha para se tornar o mascote oficial do site.
motoqueiro-fantasmaPaís: EUA<br> Ano: 2007<br> Gênero: Ação<br> Duração: 114 minutos<br> Roteiro: Mark Steven Johnson<br> Produtor: Avi Arad, Michael De Luca, Gary Foster e Steven Paul.<br> Diretor: Mark Steven Johnson<br> Distribuidor: Columbia<br>