Os melhores CDs de Rock Alternativo de 2010

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Delfonautas machos e delfonautas fêmeas, bem-vindos ao especial Melhores CDs de Rock Alternativo de 2010.

Acredito que esse especial não é nenhuma surpresa para você, que tem acompanhado a parte de música do DELFOS. O alternativo sempre foi a minha praia, desde que eu comecei a colaborar com o site. Ou melhor, desde que eu me conheço por gente. Então eu não poderia escrever sobre outra coisa, não é mesmo?

Todos os CDs que vão compor o meu Top 5 foram anunciados aqui no DELFOS, então acho que o delfonauta mais atento não terá grandes surpresas com as minhas escolhas. Os três primeiros colocados eu consegui escolher logo de cara, pois estão constantemente no playlist que carrego no celular.

Mas a quarta e a quinta posição, confesso que tive dificuldade em escolher. Eu tinha diversas opções, mas somente duas delas se encaixavam no item “alternativo”. Eu tive que dispensar o Slash e o seu álbum solo, Order of The Black do Black Label Society, Scream do Ozzy Osbourne e Bad Religion com o ótimo The Dissent of Man.

Vamos ao Top 5:

5 – Monster Magnet – 100 Million Miles

Stoner Rock de primeira. É assim que eu defino o som do Monster Magnet.

Em 100 Million Miles, a banda abusa das guitarras caracteristicas do Stoner Rock. Mas o que deixa o som “sujo” como ele realmente deve ser, é o baixo. Jim Baglino usa uma distorção no baixo que deixa as músicas mais pesadas, sem perder a pegada que um bom baixista tem que ter.

E Dave Wyndorf continua com o seu vocal característico. Na minha opinião, ele não é um vocalista tremendão, mas não existe ninguém melhor que ele para cantar na banda. E acho que posso ir mais além e dizer que ele é o melhor quando se fala de Stoner Rock. O som da banda e a sua voz casam perfeitamente.

Os destaques no álbum ficam por conta das faixas Hallucination Bomb, Gods and Punks e Bored With Sorcery. Mas se quiser ouvir apenas uma faixa do CD, eu recomendaria Perish in Fire, que tem uma pegada mais leve do que o restante do álbum, mas ao mesmo tempo consegue passar a força do grupo.

E se você dirige e gosta de ouvir música enquanto faz isso, 100 Million Miles é uma ótima pedida. Só tome cuidado para não se empolgar com as músicas e acelerar além da conta. O DELFOS não vai pagar as suas multas por excesso de velocidade.

4 – Serj Tankian – Imperfect Harmonies

Confesso que fiquei surpreso quando descobri o verdadeiro potencial que Imperfect Harmonies tem.

Eu sei que é difícil (quase impossível) desvincular a imagem e voz de Serj Tankian do System of a Down, mas se quiser ter uma boa impressão do CD, você vai ter que saber que esse álbum não tem absolutamente nada a ver com a atual banda dele.

Imperfect Harmonies abusa dos efeitos eletrônicos, teclados e afins. O clima que o álbum consegue passar é ótimo. E Tankian mostrou que se pode fazer um som pesado (e bom) sem ter guitarra.

E se quiser deixar o álbum mais interessante ainda, brinque de achar pequenos detalhes nas músicas. Existem tantos sons e vozes encorpando as faixas que dificilmente você vai ouvir a mesma música sem descobrir um novo elemento.

Destaque para Borders Are…, Beatus, Left of Center, Disowned inc e Yes, it’s Genocide.

Serj Tankian e o seu Imperfect Harmonies é uma das surpresas mais agradáveis do ano.

3 – Deftones – Diamond Eyes

O álbum com a capa mais legal do ano conseguiu a quarta posição por lançar um disco quase perfeito. É o melhor CD desde White Pony, que com certeza é o melhor álbum da banda.

O peso do Deftones continua afiado, mas o que se destaca mesmo no álbum são as melodias. A banda deveria investir mais nessa linha de som, pois não existe ninguém melhor no mundo da música nesse quesito.

A voz do Chino Moreno consegue se encaixar tão bem com o instrumental da banda que às vezes é impossível imaginar determinado trecho da música sem a voz dele. Seria a mesma coisa que imaginar a parte pesada de uma música do grupo sem a guitarra.

Rocket Skates e CMND/CTRL me fazem pensar o quão pesado o Deftones ainda pode ser. E Sextape e 976 – Evil são melódicas e possuem um clima tão fuckintástico, que chegam a ser hipnotizantes. E sem contar que até agora eu não citei as melhores que, na minha humilde opinião, são You’ve Seen The Butcher e Beauty School.

Ouvir Diamond Eyes é obrigatório para qualquer pessoa que goste de boa música.

2 – Alter Bridge – ABIII

Alguma dúvida que esse CD estaria presente neste Top 5? Talvez só o @Morrse, que gosta mais do Creed, mas os delfonautas fãs de Alter Bridge com certeza já esperavam a presença de AB III por aqui.

O álbum não é o melhor já feito pela banda e também não possui músicas do porte de BlackBird, Open Your Eyes, In Loving Memory ou Watch Over You, mas isso não significa seja ruim. Muito pelo contrário, pois mesmo não sendo o melhor do Alter Bridge, ele é superior a muito CD lançado em 2010, tanto que está na terceira posição.

AB III possui músicas tremendonas como Wonderful Life, Still Remains, Isolation e Ghost of Days Gone By, e em nenhum momento o álbum decepciona ou cai de nível. Mark Tremondi continua detonando em riffs matadores e é um dos guitarristas mais criativos da atualidade. A cozinha formada por Scott Phillips na bateria e Brian Marshall no baixo é eficiente ao extremo. E Myles Kennedy continua um show a parte.

Alter Bridge e o seu AB III marcam o amadurecimento da banda e firma de vez o grupo como uma das melhores bandas da década.

1 – Stone Sour – Audio Secrecy

Sim, meus amiguinhos, Stone Sour e o seu Audio Secrecy são os campeões de 2010.

Sabe o motivo? Simplesmente todas as músicas do CD são tremendonas. Sem exceção. E todo mundo sabe que sempre existe duas ou três faixas que a gente não gosta em um CD. Raramente um álbum nos agrada por completo. E Audio Secrecy me agradou.

Corey Taylor está melhor do que nunca. Sua voz no Stone Sour é aproveitada de tal maneira que não dá nem saudade de ouvir Slipknot. Com vocal berrado ou com a voz limpa, ele é o pulmão da banda e é de onde vem a força e alma das músicas.

Canções como Anna, Digital [Did You Tell], Dying e Miracles ditam o ritmo do álbum e poderiam conduzir o CD tranquilamente, pois são o tipo de música que não deixa o ritmo do álbum cair. Imperfect é a única acústica do álbum e uma das mais belas do CD. O destaque fica por conta de Say You’ll Haunt Me e Hesitate. Elas são as melhores faixas do álbum e me arrisco a dizer que são duas das melhores músicas do ano.

Audio Secrecy é merecidamente o melhor CD de 2010 e indispensável para qualquer delfonauta fã de alternativo.

D&D – Decepção Delfiana: Weezer – Hurley

Estou esperando até agora um álbum decente do Weezer. Não gostei do resultado de Hurley. Um disco difícil de digerir, mesmo depois de várias audições.

A decepção foi grande, pois eu estava ansioso pelo trabalho e tinha certeza que escreveria coisas boas sobre ele aqui.

O jeito será esperar pelo próximo CD do Weezer, seja lá quando ele for lançado.

Menção Horrorosa – O Pior do Ano: John Legend & The Roots – Wake Up

Essa é uma Menção Horrorosa difícil de explicar. Wake Up é um trabalho bom e até gostoso de se ouvir. Mas apenas se você fizer isso uma vez por ano. E olhe lá…

As releituras dos clássicos do soul feitas pelos artistas ficaram muito boas, mas falta empolgação. Na primeira audição que fiz de Wake Up, eu adorei o álbum e logo pensei: “Esse será um CD que carregarei no playlist por um bom tempo”. Mas me enganei legal.

Não dá para ouvir as músicas muitas vezes. Elas se tornam cansativas e chatas. Não consegui ouvir nenhuma faixa completa depois de dois dias. O trabalho fica difícil de engolir e fica parecendo que você está escutando o CD forçadamente.

Eu simplesmente odeio CDs assim. Álbum bom é aquele que deve ser ouvido todo dia, toda semana e não uma vez por ano, só por queele é enjoativo.

Sabe aquela velha história que, de tanto comer uma comida, você acaba enjoando dela e depois não consegue nem vê-la na sua frente? Claro, isso não se aplica a bacon nem a ruivas, mas a John Legend & The Roots e o seu Wake Up é exatamente por aí.

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