RED 2 – Aposentados e Ainda Mais Perigosos

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Quando eu vou resenhar uma continuação, costumo reler a resenha do filme anterior, especialmente para evitar que me repita em algo. Desta vez, no entanto, qual foi minha surpresa ao ler o comentário do delfonauta Mores. Diz ele: “Eu queria Anthony Hopkins!”. E, mais uma vez, temos aqui a prova cabal de que os executivos de Hollywood leem o DELFOS. O eterno canibal não é a única adição ao elenco, que agora conta também com a beleza da Catherine Zeta-Jones. Morgan Freeman, no entanto, não retorna.

Em RED 2, Frank (Bruce Willis) está curtindo uma vidinha pacata ao lado da patroa (Mary-Louise Parker) quando é contatado pelo seu amigo de longa data Marvin (John Malkovich). Parece que a nova fofoca no mundo da espionagem fala do envolvimento deles em um projeto ultrassecreto do qual nenhum dos dois fez parte. Essa fofoca coloca o governo de vários países na cola da dupla dinâmica, que acaba levando a patroa do Frank a tiracolo. O problema é que a guria é uma adrenaline junkie.

Admito que esta é uma continuação que me surpreendeu. O primeiro filme é simpático e divertido, mas não me parece que gerou altos lucros e nem é tão lembrado assim pelos fãs do cinema de ação. Minhas expectativas eram baixíssimas e, devo dizer, desta vez elas foram superadas.

Se anteriormente as cenas de ação eram poucas e boas, agora elas continuam boas, mas são bem mais frequentes. O primeiro filme já tinha conseguido a façanha de me fazer levantar e gritar “Thundercats, “ôôôôôô!”, mas aqui o negócio foi bem mais forte. Eu até tentei me conter, mas por duas vezes fui obrigado a levantar da cadeira. Na primeira, quando o Bruce Willis entra em um carro de forma não ortodoxa, eu levantei o braço e gritei “Pelos poderes de Grayskull!”. Na segunda, durante o cavalo de pau em que a Helen Mirren segura duas armas, o negócio foi tão empolgante que eu fiquei de pé na cadeira, rasguei a camiseta e gritei “Eu tenho a força!”. Ainda bem que a sala estava vazia, ou eu provavelmente teria sido expulso por atentado ao pudor por mostrar meu extremamente masculino peitoral em público.

A direção também é bem bacana e deveras estilosa. Cada vez que eles mudam de país, por exemplo, rola um corte envolvendo desenhos feitos à mão e isso é muito legal. Não tão legal quanto ver a Helen Mirren chutando bundas na cena do cavalo de pau supracitado, mas ainda assim é divertido. Ô, senhora porreta essa!

O equilíbrio entre a ação e o humor agora é bem melhor. A violência também é bem leve, com pouco sangue e nada muito explícito. Além disso, a presença da Mary-Louise Parker durante todo o filme e sua vontade de fazer parte da ação acaba emprestando ao longa um clima de Testosterona Total para meninas, mais ou menos como o divertido Encontro Explosivo e isso muito me agrada, pois possibilita que meus amigos leitores doutrinem suas patroas na fina arte de saborear um Testosterona Total, habilidade muito mais comum em indivíduos providos de pênis.

No entanto, assim como o primeiro, RED 2 em nenhum momento chega a se tornar imperdível ou realmente marcante. O personagem de Anthony Hopkins, por exemplo, tem até uma frase de efeito repetida várias vezes: “por essa você não esperava”. Essa frase rola cada vez que tem uma viradinha, e são tantas vezes que a história chega a ficar ridícula, e não o ridículo bom que a gente gosta em um Testosterona Total.

No final das contas, RED 2 é, sim, melhor do que seu antecessor, mas não consegue ser mais do que uma boa diversão de sábado à tarde. Se é isso que você está procurando, no entanto, é deveras recomendado.