Zona Verde

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Ah, os filmes nada. Se você acessa o DELFOS, já deve estar cansado de saber que são aquelas obras que estão longe de ser uma porcaria, mas estão igualmente longe de serem excelentes. Em resumo, não são nada. E resenhar um filme desses é uma das tarefas mais difíceis que um jornalista cultural pode ter. Afinal de contas, se o bicho for excelente, é facílimo tecer elogios. E, se for uma porcaria, é bem fácil entreter um bando de nerds desocupados com algumas piadinhas fáceis sobre suicídios ritualísticos mal sucedidos.

Mas o que dizer de algo que não te dá nada a dizer? Bom, pelo menos no segundo parágrafo, sabemos que o padrão é colocar a sinopse. Matt Damon é Roy Miller, um soldado estadunidense designado a encontrar as armas de destruição em massa no Iraque. Como todos nós sabemos, elas não existem, mas ele realmente quer encontrá-las. A qualquer custo.

Talvez esse filme tenha alguma relevância para os estadunidenses, mas para nós, parece apenas um amontoado de propaganda política. São frequentes discursos inflamados dizendo que eles invadiram o Iraque para levar a democracia e nós também sabemos que isso é balela. Afinal, existem vários países mais importantes que não têm democracia e não são invadidos. A Inglaterra, por exemplo, é uma monarquia.

Como se não bastasse o tema irrelevante, Paul Greengrass é um péssimo diretor. A forma que o sujeito tem de filmar ação está entre as piores da história, parece até que ele contratou o Michael J. Fox para segurar as câmeras. Dessa forma, o filme chega a ser decente durante seus primeiros dois terços, mas no final, quando rola a porrada, é simplesmente impossível prestar atenção, de tão mal filmado.

Além disso, Mateus Damião e sua carinha de moleque de oito anos como um soldado badass não rola, né? Faça-me o favor! A interpretação dele não compromete, mas é difícil acreditar que ele é um machão quando é sinceramente difícil acreditar que ele é maior de idade.

No final das contas, o filme até tem seus momentos, em especial as cenas com o iraquiano Freddy, que transborda carisma. O que eu quero saber é: por que diabos você pagaria um caríssimo ingresso de cinema para ver um filme nada? Circulando, não há nada para ver aqui.