Loki

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Loki nunca foi um personagem que me chamasse muito a atenção. Apesar do potencial que o personagem tem, a fase Simmonson acabou marcando-o como um feiticeiro ardiloso e sagaz, mas sem grande personalidade. Muitas vezes canastrão. Essa sina o acompanhou até sua morte no Ragnarok.

Mas nada melhor que a morte para criar um novo começo! Claro, pelo menos se você for um super-herói dos quadrinhos. E essa minissérie Loki, apesar de se passar durante a aurora dos deuses, acaba servindo (propositalmente ou não) para o que Straczynski havia preparado para o personagem.

Sabe-se lá por qual motivo, Loki agora é o novo regente de Asgard. Como ditador supremo da morada dos Deuses, o deus da trapaça usa de seu poder para se vingar daqueles que o humilhavam. Tipo aquele nerd que entra com uma M16 na sala de aula pra se vingar dos bullies, sabe? Entretanto, ele agora se vê pressionado a matar seu meio irmão Thor, a única pessoa que o amou algum dia.

Essa última frase pode soar meio gay (até imagino uma musica do Manowar sobre o tema), mas o roteirista propõe essa hipótese, de que haja um sentimento diferente de Loki para com o deus do trovão. E é justamente por arriscar dessa forma na composição do personagem que Robert Rodi transforma o deus da trapaça no novo Coringa.

Cada fala, cada enquadramento, contribui para a criação de um novo personagem, que apesar de sua perversidade, causa compaixão. Aos poucos, através de constantes flashbacks, vamos entendendo porque aquele repugnante ser de dentes podres se tornou o Deus mais odiado, e o que o levou a agir daquela forma.

E não é só Loki quem sai ganhando na trama. A própria mitologia daquele universo termina enriquecida com novos horizontes. Sem dúvida uma mais que bem vinda reformulação, que iguala Loki aos gigantes como Doutor Destino, Magneto e Coringa.

CURIOSIDADES:

– A arte excepcional ficou por conta de Esad Ribic.

– Na edição encadernada lançada pela Panini, por mais de uma vez as letras saíram do “balão”, mas nada que prejudique a leitura.

– A Edição especial encadernada traz ao final um texto muito divertido sobre Loki e algumas de suas travessuras nos contos mitológicos.