Vício Frenético

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Alfredo, Alfredo de la Mancha, Delfos, Mascote, Alfred%23U00e3o, Delfianos

Cara, que semana. Quer dizer, para mim é essa semana, mas para você, delfonauta amigão, já é 2010. Só para você saber, eu ainda estou em dezembro de 2009 e as coisas estão realmente corridas por aqui. E, para piorar, ainda tenho que agüentar essas cabines de filmes ruins. Mas, ei, é um feliz ano novo (para você, ao menos), então nada de pensar em suicídio por hoje.

Então… Sabe o Nicolas Cage? Hoje percebi que ele é praticamente um Bizarro da Natalie Portman. Vejamos: ela é mulher, linda, boa atriz e só faz filmes que eu gosto. Já Nicolau é o completo oposto: é homem, feio, atua pior do que o desodorante do Alfredo e só faz porcaria. Ou, pelo menos, não me lembro de nada decente com a presença do sujeito. Você lembra?

Seja como for, Vício Frenético é uma péssima tradução para o Bad Lieutenant original. Isso porque, mais do que o vício, o mote aqui é o fato de que Nicolau Gaiola é um tira malvado. E não digo apenas que ele faz o que tem que fazer, custe o que custar. O cara é realmente malvado e faz um monte de coisas que o tornam simplesmente um personagem odioso.

O filme intercala o sujeito investigando um massacre, ao mesmo tempo em que faz coisas sacanas e aleatórias, tipo obrigar uma mulher a fazer sexo com ele na frente do namorado. Todas essas cenas aleatórias são exatamente isso: aleatórias, gratuitas e estão no corte final apenas para você não ter dúvida nenhuma de que o sujeito é um babaca. Como se ele te deixasse esquecer disso em algum momento.

Obviamente, conforme o cara vai aprontando umas e outras, as coisas vão começando a pegar e ele pode perder o distintivo que o permite fazer tudo isso. Mas quem se importa com um personagem desses?

Como se essa total ausência de carisma não fosse suficiente para arruinar essas longas duas horas na frente da tela grande, os caras ainda me colocam um final tão deus ex machina que me fez questionar: se Deus existe a ponto de fazer uma intervenção divina para o longa ter um final feliz para um personagem desses, por que diabos ele não fez essa intervenção para o filme ser mais curto? Ou pelo menos poderia ter acabado com o meu sofrimento e me fazer ser atropelado no caminho para o cinema…

Acontece que, de uma cena para a outra, todos os problemas do cara se resolvem instantaneamente. E não só instantaneamente, como um depois do outro. — Estragões leves a seguir — Tipo, um cara vai visitar ele para avisar que um dos conflitos está resolvido, daí o colega fala de outra coisa que deu certo, daí aparece o chefe dizendo que o crime foi solucionado e ainda popa mais um cara que enche o sujeito de dinheiro. Faça-me o favor, né?

Vício Frenético é tudo que existe de ruim no cinema. Péssimas atuações, roteiro amador, remake, falta de história, gratuito… Alguém me explica por que diabos um sujeito do gabarito do Werner Herzog aceitou dirigir isso?